Vidas sem fronteiras: Camila Loureiro

Milena Spremberg

Aos 18 anos, Camila foi aceita em um programa global no qual ao longo de 4 anos ela vai estudar em 7 países diferentes. Conversamos com ela sobre a importância do diálogo com os pais, sobre o que novas instituições de ensino procuram em alunos e o que globalização significa para ela.

Wise é uma nova e inteligente maneira de enviar dinheiro para o exterior, por uma fração do custo de um banco ou casa de câmbio. Na série de conteúdo Vidas Sem Fronteiras, nossos clientes nos contam histórias de como suas vidas transcendem fronteiras, e compartilham dificuldades, alegrias e aprendizados de quem se muda ou trabalha ao redor do mundo.


Meus pais nunca me excluíram de uma conversa ou deixaram de me responder uma pergunta porque ela era difícil ou “de adulto”.

A minha familia sempre foi muito focada em estudos, em ter conversas filosóficas e discutir tudo na mesa de jantar, mesmo quando eu era pequena. Na minha casa o esforço sempre foi mais importante que o resultado na escola. Acho que foi isso que me fez ser muito curiosa.

Desde muito nova eu participava em várias atividades extracurriculares. Olimpíada de matemática, astronomia, química e física, além de simulações da ONU e projetos de iniciação científica. No ensino médio, tive a oportunidade de viajar para a Holanda para uma competição de debates. Essas oportunidades me fizeram pensar em estudar fora, mas eu tinha medo de dar um passo grande demais.

Eu sempre soube que em algum momento criaria coragem para estudar fora, mas não sabia quando. O plano era fazer faculdade de direito no Brasil, talvez uma pós no exterior, quem sabe trabalhar fora. Mas nunca imaginei tão cedo já estar aqui e muito menos ter a oportunidade de viajar por sete países no mundo.

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Eu nunca tinha ouvido falar na faculdade que me mandou o e-mail dizendo que eu tinha o perfil que eles procuravam e que eu deveria participar do processo seletivo. No começo eu desconfiei e não entendi como podiam ter me achado, mas descobri que eles comparam listas de olimpíadas e assim chegaram até o meu nome.

O processo seletivo foi bem seletivo - a taxa de aceitação deles é de 1.2%. Eu não estava muito nervosa na época até porque eu ainda não sabia o que queria. Quando eu passei, eu ainda não tinha certeza se iria e meus pais tinham muitas perguntas e preocupações, então enfrentei tudo em fases.

Eu consegui auxílio financeiro e os detalhes foram resolvidos com muito diálogo, o que ajudou na hora de tomar a decisão final: ir.

Estou cursando atualmente um bacharelado na Minerva Schools at KGI, um programa de universidade global. O primeiro ano é em São Francisco, Estados Unidos, e depois cada semestre em um país. Atualmente estou em Seul, Coréia do Sul e no próximo semestre eu vou para Hyderabad, Índia. O terceiro ano é em Berlim, Alemanha e em Buenos Aires, Argentina. Por último Londres, Inglaterra e Taipei, Taiwan. Minha turma tem 160 pessoas representando 51 países, e somos 10 brasileiros.

A proposta do curso é que você aprende muito mais com base na imersão e no uso da cidade como um campus.

Aqui em Seul já estou começando a sentir a grande diferença do programa que estou fazendo em comparação às universidades tradicionais. O contraste aqui fica bastante em evidência comparado com o Brasil ou os EUA.


Sair do Brasil e ir para os EUA é uma mudança, mas eu ainda encontrei muita familiaridade. Na hora que eu saí dos EUA e mudei para a Coréia do Sul, tudo o que era familiar virou do avesso.


Eu achei que conhecia como funcionam sinais de trânsito, o conceito de calçadas, como se anda pelas ruas. Mas em Seul não é em todo lugar que existem calçadas, as pessoas andam nas ruas competindo com os carros. Ou então a maneira como as pessoas separam o lixo. Aqui você tem que produzir bem menos lixo, e isso te faz mais consciente. Se você não seguir as regras para reciclagem, pode ser multado em até 4 mil dólares. São pequenas coisas que te fazem repensar o seu dia a dia.

É uma mudança total de mindset, de como enxergar o mundo, de como viver. Eu acho que ter isso durante a faculdade de uma maneira tão estruturada e com tanto apoio é uma coisa muito enriquecedora. A gente não tem muita estabilidade mudando a cada quatro meses, mas esses próximos três anos serão uma oportunidade de conhecer seis culturas extremamente diferentes e experimentar seis estilos de vida novos, e aprender muito com eles.

O número de aplicações é muito alto, e é muita muita gente inteligente, com notas excelentes. Por isso, esse não é o fator principal na seleção. É mais importante pensar fora da caixa.

O que temos em comum é que somos pessoas que foram além do currículo normal da escola. Tivemos algum impacto ou fomos extremamente curiosos. Os principais fatores para a minha decisão foram entender o programa global, a inovação acadêmica que eles propunham e, além disso tudo, a diversidade do corpo estudantil. Todo mundo aqui tem uma história sensacional, ideias brilhantes. Em cinco, dez anos eu tenho certeza que eu vou ouvir histórias sobre eles em lugares maravilhosos realizando tarefas impressionantes.

Para mim, viver sem fronteiras tem muito a ver com o que é a globalização. A globalização facilitou a comunicação e o deslocamento, então é como uma diminuição do mundo. Depois de começar a viajar tanto e conhecer um grupo tão diverso de pessoas, é como se o mundo tivesse se tornado acessível para mim.
Eu parei de ter medo do desconhecido e passei a desejar ele de certa forma. Viajar parou de parecer algo complicado. Hoje você entra no avião, fecha o olho e aparece do outro lado do mundo. Como se de fato os lugares não estivessem espacialmente longe.


Eu comecei a usar a Wise porque precisava mandar dinheiro para os Estados Unidos e ter algum caminho de retornar ele para o Brasil. Meus pais pagavam a minha mensalidade, e quando eu voltei para o Brasil nas férias precisei transferir o meu salário em dólares do meu estágio para reais.

As tarifas bancárias ou de casas de câmbio eram abusivas, absurdas. A gente começou a explorar as possibilidades e procurar alternativas, até que um colega meu, também brasileiro, falou da Wise. Depois que a gente viu que funcionou e o quanto estávamos economizando, virou uma tendência na faculdade: todo mundo começou a usar para transferir dinheiro para os mais diversos países.

Obviamente também era muito mais prático porque ninguém tinha que ligar para lugar nenhum e muito menos ir ao banco.


Uma dica para quem quer estudar fora é ter muitos interesses e investir tempo neles. Porque bons estudantes existem no mundo inteiro e não é isso que as universidades estão procurando.

Eu li um artigo sobre como Harvard não aceita alunos só pelas notas A+, especialmente se eles não tiverem nenhuma atividade extracurricular ou não demonstrarem interesses extras. O mesmo vale para as outras universidades americanas competitivas: mais vale uma pessoa completa, com histórias para contar e com interesses diferentes do que só as notas.

Estudar fora é um passo que requer um amadurecimento muito rápido que começa no momento em que você toma a decisão de sair do Brasil. Você precisa enfrentar muita coisa, às vezes ainda convencer a família de que é a decisão certa. É preciso muito diálogo, muita determinação. Mas a vontade de explorar é uma grande motivação que só aumenta ao longo do processo.


Camila, estudante brasileira que vive sem fronteiras, e orgulhosamente cliente Wise.


Por Milena Spremberg e Juliana Ferguson, exclusivamente para Wise. Fotografia de Pablo Guarneros.


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