Vidas sem fronteiras: De Fortaleza a Tystberga

Wise

Como tomar a decisão de sair da paradisíaca Jericoacoara para a longínqua Tystberga? O movimento é constante para a cearense Alesandra, que entende que as prioridades podem mudar com o tempo - e que não há nada mais natural que isso.

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Há 7 anos eu vivia uma ótima fase profissional. Trabalhava em uma empresa em Curitiba recrutando profissionais para atuar nos eventos da Copa do Mundo no Brasil. Em determinados dias, passava por até cinco capitais do país para avaliar o progresso para o início da competição.

Eu trabalhava demais, mas ao mesmo tempo crescia e conquistava meu espaço. Mas a vida é imprevisível e pouco depois do evento, o meu avô paterno, que era como um pai para mim, ficou doente. Eu tinha perdido minha avó três anos antes e não pude estar junto deles, então quando fiquei sabendo, voltei para Fortaleza para acompanhá-lo no hospital. Foi um processo duro e longo, então tinha que respaldar minha família.

Quando ele faleceu, bateu o questionamento: Até onde vale a pena manter uma carreira profissional extenuante, ter dinheiro, mas não a família por perto? Foi instintivo: Vendi minhas coisas, falei para o meu ex que se ele quisesse, poderia me acompanhar (o que não aconteceu) e voltei para Fortaleza.

Após essa fase de reencontro familiar, de reassentamento, voltei ao mercado de trabalho, mas com outra cabeça. Queria uma pausa da humanidade, procurava emprego em cantos remotos. Costa do Sauípe, Maragogi, qualquer refúgio, mesmo reconhecendo que o salário seria menor do que em uma capital.

Fui encontrar trabalho na mística Jericoacoara, em um lugar chamado Clube Ventos, bem de frente para o mar. Aquilo me despertou, eu percebi a resignificação que seria para a minha vida, apesar da família achar que seria uma loucura. E foi mesmo. Foi um retorno para a simplicidade. A minha casa não tinha geladeira, daquelas dos pescadores da região, com a diferença que eu não tinha tempo para pescar, nem saberia como. Imagina, oito meses sem geladeira. A recompensa vinha quando eu olhava o mar e desacreditava em como tinha perdido aquilo por tanto tempo. Quando sentava pra ver o pôr-do-sol, estava certa de que Deus queria me mostrar alguma coisa.

Oito meses se passaram e a necessidade de mudança bateu. Eu precisava de um meio termo. Consegui me manter em Jericoacoara, trabalhando na área que eu domino (RH) e morando em um lugar mais confortável, agora com geladeira! Ao todo, foram três anos na região, e todos eles valeram demais.

Jericoacoara, apesar de ser um paraíso natural, traz também uma explosão cultural interessante. Você passa a conhecer pessoas do mundo inteiro, e é aí que as prioridades passam a mudar. Nesse intercâmbio quase involuntário, conheci o Joakim, que veio da Suécia para a América do Sul com alguns amigos. Achei ele fofo demais e depois de um tempinho, o convidei para o Forró da Malhada (que aliás, sinto uma falta imensa).

Nesse dia, ele disse que já estava de pijama porque iria viajar cedo. Deu uns 10 minutos e mudou de ideia. Era para ser. Chegou todo vermelho no forró, mas eu já tinha levado umas cervejas para ajudar na “climatização”, no final, só posso dizer que foi bom demais, encontro sem malícia nenhuma, aproveitamos o momento. Antes de voltar à Suécia ele conseguiu passar em Fortaleza, ainda ficamos alguns dias juntos e descobrimos que queríamos mesmo isso, agora de forma definitiva.

Como alguém decide ir embora de Jericoacoara? Sendo bem honesta, após o segundo ano, eu já planejava um intercâmbio. Apesar do trabalho compatível e do pé na areia diário, eu buscava outras experiências, realizar outros sonhos, acho que a vida é feita desse movimento. Há uns 10 anos eu já tinha passado um tempo na Holanda, o Velho Continente também me atraía, então apostei alto em buscar meus objetivos e me relacionar com uma pessoa legal.

Fiz uma escala em Dublin durante oito meses, com direito à fugas até a Suécia durante os holidays, até que eu consegui me mudar de vez para o País Nórdico após a papelada ficar pronta. Cá estou na Tystberga, com 5.000 habitantes, um mercadinho, uma pizzaria e uma igreja. Meu namorado nasceu e cresceu nessa região, apesar de já ter morado em Estocolmo, então nos alocamos por aqui, onde todo mundo se conhece. Funciona como cidade-dormitório: Trabalho e estudo em Nyköping , cidade referência da região, onde sou conhecida como “Village Girl” pelos colegas, inclusive.

Enquanto isso, faço o curso de sueco obrigatório que é oferecido aos imigrantes, consciente de que para saltos profissionais maiores, só com o idioma. Em geral, não tenho problemas em me comunicar em inglês com o pessoal, mas até por morar no interior, após alguns meses, já fica implícito que esperam que eu arranhe alguma coisa em Sueco, nem que seja na fila do caixa.

O meu maior prazer por aqui é entrar em contato com a natureza. Estamos cercados por florestas, trilhas com alces e raposas pelo caminho, tudo é extremamente preservado. No meu primeiro ano, voltava de ônibus até que um alce pulou e parou em frente ao veículo, não saiu de lá. Ficamos um bom tempo esperando o animal sair, sem buzinar ou fazer nenhum tipo de barulho para não assustá-lo. Foi impressionante.

Quando eu morei na Holanda, precisava entrar no antigo Orkut para encontrar brasileiros voltando à Fortaleza para que pudessem mandar dinheiro à minha família. Nunca levei cano, sempre peguei pessoas honestas, mas o envio era algo totalmente aleatório e, convenhamos, perigoso.

Eu até tinha uma conta de estudante em um banco, mas a transação era tão complicada que eu nem me aprofundei, só sabia que perderia muito dinheiro com taxas absurdas. Hoje em dia eu não consigo imaginar a vida sem a Wise. Tenho a minha família e um imóvel, gastos, e só com a Wise eu consigo cumprir as obrigações normalmente, manter minha cabeça tranquila quanto ao assunto - Já estou até juntando meus USD na poupança que a Wise oferece para uma futura viagem para os EUA, mapear o lugar antes de, quem sabe, me mudar mais uma vez.

Apesar de nordestina, estou feliz com a floresta e o frio, me acostumei fácil ao clima e à diversidade cultural e não penso em voltar tão cedo. Pensamos juntos em ir para os Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, mas por enquanto, é tudo devaneio. Certo que eu ainda vou poder viajar, desbravar, mas agora eu preciso desse tempo, aquietar um pouco e criar algumas raízes, também essencial para a vida.

Alesandra é mais uma brasileira vivendo no exterior, sem fronteiras e orgulhosamente cliente Wise. Crie a sua conta ou baixe o nosso app Android ou iOS app para se juntar a mais de 10 milhões de clientes que já economizam quando enviam dinheiro para o exterior.

Entrevista de Vinício Mancuso exclusivamente para a Wise. Projeto fotográfico elaborado por Stephanie Stoddart Cortés e fotografias fornecidas pela Alesandra Goyana


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