Os 10 perrengues mais comuns de viver no exterior

Juliana Cruz

Morar fora do Brasil é uma aventura sem fim. Das coisas mais banais, como ir ao médico ou abastecer o carro, até as tarefas mais sofisticadas, como assar um bolo ou realizar uma vídeo chamada com a família, TUDO é um desafio. Mas um bom desafio, se é que isso faz sentido.

A verdade é que mudar de país significa sair da sua zona de conforto até nas coisas mais simples do cotidiano. E é isso que torna essa experiência tão especial.

Neste artigo, reunimos (com uma boa dose de bom-humor) alguns dos perrengues mais comuns que os brasileiros passam ao decidir morar em outro país.

1. Precisar de tradutor para ir ao mercado

Todo o imigrante ou turista já passou pela vergonha de não saber identificar qual garrafa de água é com ou sem gás. Acredite, nada como uma ida ao mercado em outro país para tornar qualquer pessoa mais humilde. São tantos termos desconhecidos e alimentos não identificados que qualquer compra de domingo vira uma verdadeira prova de resistência.

Se você estiver pensando em fazer algum prato mais elaborado, é melhor preparar o Google tradutor. Coisas cotidianas como fermento e farinha ou vão ter nomes que não fazem sentido nenhum, ou vão estar divididas em quatro categorias diferentes que você nunca sequer ouviu falar. Para comprar leite, então, é preciso quase fazer um curso profissionalizante.

Quando nem o Google tradutor consegue ajudar, aí vai na raça mesmo: escolhe o que der vontade e torce para dar certo.

2. Tentar resistir à tentação de só ter amigos brasileiros

Brasileiros atraem brasileiros. É a lei da física no exterior. Não importa onde você esteja, você vai esbarrar com outro brasileiro e é bem provável que vocês desenvolvam uma amizade instantânea.

A verdade é que ter amigos brasileiros dá um gostinho mais familiar para a vida no exterior. Às vezes tudo o que a gente precisa é falar um pouco de português e ouvir um bom samba. De repente você conhece mais brasileiros do que quando morava no Brasil.

É claro que eventualmente dá vontade de sair da bolha e fazer amizades de outras culturas, o que também é ótimo. Mas a turminha brasileira está sempre por lá, só para garantir…

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3. Se adaptar a um novo gosto culinário

Todo mundo sabe que a comida brasileira é a melhor do mundo. Até aí sem segredos. Mas ao mudar para outro país, o brasileiro é confrontado com uma difícil realidade: nem todo o mundo gosta de brigadeiro e feijoada.

feijão

O processo de se adaptar a um tipo novo de gastronomia é agridoce. Em alguns dias é divertido, em outros é frustrante. De início a gente torce o nariz, fica com saudade do famoso feijão com arroz. Mas de repente algumas coisas começam a fazer sentido, e você passa a comer feijão doce com torrada e ovo no café da manhã.

A verdade é que sempre tem alguma coisa boa para aprender - e experimentar - quando o assunto é comida.

4. Não conseguir encontrar ingredientes de primeira necessidade

Guaraná, tapioca, batata palha. Acredite se quiser, mas cedo ou tarde você vai revirar a cidade procurando algum desses ingredientes fundamentais da cozinha brasileira.

A verdade é que chega um momento na vida do imigrante que somente um prato de arroz e feijão ou um pão de queijo quentinho são capazes de amenizar o estresse do dia a dia. E se der pra fazer em casa, melhor ainda.

O brasileiro raiz vai sempre achar um jeito de colocar as mãos num pote de requeijão ou uma lata de leite ninho, e não tem vergonha de correr de norte a sul para garantir um gostinho de casa.

5. Morrer de medo de falar no telefone

Sabe aquele tipo de medo que literalmente te dá pesadelos à noite? Esse é um deles. De forma geral, se comunicar em outro idioma já é algo extremamente desafiador, mas no telefone é uma verdadeira tortura.

Primeiro, é preciso lidar com todos os tipos de barulho e interferência imagináveis, além do risco constante de o sinal falhar. Depois, é preciso encarar as dezenas de sotaques e dialetos existentes no país, sem falar dos sotaques de outros estrangeiros que, assim como você, ainda não dominam aquele idioma. Não importa o quão fluente você seja, basta uma ligação para colocar em dúvida tudo o que você acredita.

preocupado

Como se não bastasse, é preciso ainda lidar com a frustração de quem está do outro lado tentando se comunicar com você. Pior ainda quando você precisa falar o seu e-mail ou endereço - aí a vontade é de sentar e chorar. Ainda bem que sempre existe um amigo por perto para atender a ligação no nosso lugar…

6. Morar em uma casa com várias nacionalidades diferentes

Uma das melhores partes de morar em outro país é conviver com pessoas de outras culturas e aprender sobre outras maneiras de ver o mundo. Até o momento em que você precisa dividir a cozinha com elas.

Verdade seja dita, dividir a casa com outras pessoas já é um desafio por si só. Mas quando essas pessoas não têm os mesmos hábitos e costumes que você, basta uma panela suja na pia para começar uma verdadeira guerra civil. Isso sem falar na limpeza do banheiro - aí só um milagre para garantir a paz.

Mas apesar dos desafios, compartilhar a casa com estrangeiros também tem um lado bom. Não importa o quão entediado você esteja, alguém sempre está disposto a te ensinar alguma gíria engraçada em um idioma desconhecido, ou cozinhar uma janta para 20 pessoas na tentativa de fazer você gostar de algum prato maluco à base de cebola e tomate.

7. Não saber como abastecer o carro

Você passa meses estudando para aprender a dirigir, gasta uma fortuna para comprar um carro e passa anos desenvolvendo suas habilidades atrás do volante - mas no momento em que você estaciona no posto de gasolina é como se você nunca tivesse dirigido um carro na sua vida.

refueling

Diferente do Brasil, postos de gasolina no exterior frequentemente utilizam o serviço self-service, ou, em outras palavras, "cada um por si". Não bastasse a humilhação de não saber qual tipo de gasolina colocar ou como operar a bomba de combustível, é preciso ainda ter habilidades subumanas para entender como efetuar o pagamento.

Pior ainda quando a gasolina é pré-paga: aí é uma verdadeira roleta-russa para saber se o valor será ou não suficiente para cobrir o que você precisa. Não é à toa que muita gente prefere pegar o metrô.

8. Tentar fazer uma vídeo chamada com a família

Não importa se você está a três ou doze horas de diferença da sua família - marcar uma vídeo chamada com certeza vai ser a tarefa mais difícil da sua vida.
Devido a algum mistério do universo que ainda não sabemos explicar, é impossível encontrar um horário decente para conversar com a família. Não importa o quanto você tente, alguém vai te ligar no meio do expediente, durante o banho ou enquanto você estiver tentando pagar pela compra no mercado.

Se for você quem estiver ligando, é provável que a ligação seja respondida em meio a um almoço de família com 30 pessoas, ou enquanto a sua família está na estrada com o sinal cortando a cada 20 segundos.

Ainda assim, quando a conversa finalmente acontecer, você vai se questionar porque não liga com mais frequência e tentar de tudo para marcar uma nova chamada de vídeo num horário que funcione para todos…

9. Não conseguir explicar o que você quer para o cabeleireiro (ou médico)

Ir ao cabeleireiro no exterior é caro. Então imagine a dor de guardar dinheiro, procurar alguém de confiança, dedicar tempo e esforço para ir até lá… e não conseguir explicar o que você quer. Pois é. Não importa o quanto você for fluente, parece que as palavras desaparecem no momento em que você entra no salão.

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O mesmo vale na hora de ir ao médico. De repente você está gesticulando e apontando para todas as partes do corpo na tentativa de explicar o que está sentindo. Uma dor de garganta vira uma grande peça teatral, e no final das contas nem você sabe mais o que estava tentando dizer.

10. Nunca saber como cumprimentar as pessoas

Sério, qual é o jeito certo? Um beijinho? Um abraço? Um aperto de mão? Não sabemos, e provavelmente nunca vamos saber.

Como se fazer amigos estando em outro país já não fosse difícil o suficiente, você ainda precisa passar pela vergonha de nunca saber o que esperar na hora de cumprimentar alguém. Com o tempo você passa a colecionar momentos constrangedores - um aperto de mão que não foi correspondido, um tchauzinho envergonhado, um abraço fajuto.

É uma batalha constante. Mas seguimos na tentativa.


E aí, qual perrengue você se identificou mais?

Brincadeiras a parte, morar em outro país é uma experiência maravilhosa e repleta de aventuras - e não tem perrengue capaz de mudar isso.

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