Ordenado mínimo na Suíça: Guia completo

O salário mínimo de alguns cantões suíços é um dos mais altos do mundo, o que torna a Suíça um dos destinos mais populares entre quem está a pensar emigrar dentro da Europa.

Neste artigo, vamos explicar todas as particularidades do salário mínimo na Suíça, que só é fixado por lei nalguns cantões, com os restantes a adoptarem uma política liberal em relação a este tópico.

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Qual o salário mínimo na Suíça?

❌ Não existe um salário mínimo na Suíça, transversal a todos os cantões suíços. Alguns cantões têm salário mínimo, outros não.

Os cantões de Jura, Neuchâtel, Ticino e Genebra são aqueles onde existe um salário mínimo em vigor, que varia entre eles.

Em maio de 2014 a população suíça recusou, em referendo, a imposição de um salário mínimo a nível nacional. A proposta previa um pagamento mínimo de 22 francos/hora, o que faria dele o salário mínimo nacional mais alto do mundo (cerca de 4210,34€/mês ao câmbio atual).

Qual o salário mínimo nos diferentes cantões suíços?

Os quatro cantões suíços que prevêem salário mínimo na sua legislação têm dos salários mínimos mais altos do mundo. O salário mínimo de Genebra, em particular, cifra-se nos 4589€/mês, ao câmbio atual, o que faz dele o salário mínimo mais alto do planeta.

*Calculado com base numa jornada de 42h de trabalho semanal, típica na Suíça, multiplicada por 4,3 (as semanas médias de um mês).

⏰ Na Suíça os salários mínimos estão estabelecidos usando a hora como referência, e não o mês de trabalho.

No país helvético é normal a semana média de trabalho ter entre 41 a 42 horas (sendo que a legislação prevê uma jornada máxima de trabalho de 45 a 50 horas/semana, conforme o setor de atividade).

Qual o salário médio na Suíça?

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cifra o salário médio suíço nos 66,70 mil euros / ano, o que equivale a 5 558€ / mês, em paridade de poder de compra e usando o dólar americano como referência.²

Isto faz com que a Suíça tenha o quarto salário médio mais alto da OCDE , apenas atrás de Luxemburgo, Islândia e Estados Unidos.

Tendo em conta que a OCDE agrega a maioria dos países mais ricos do mundo, podemos inferir que a Suíça tem o quarto salário médio mais alto do mundo.

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É possível viver com o ordenado mínimo na Suíça?

A Suíça é um dos países com o custo de vida mais alto do mundo e por isso terá que fazer uma gestão atenta das suas finanças para viver com o salário mínimo nos cantões que o adoptam.

Pode parecer surpreendente que o salário mínimo mais alto do mundo não permita ter uma vida livre de preocupações financeiras. Mas foi por isso mesmo que o cantão de Genebra aprovou finalmente a imposição de um salário mínimo em setembro de 2020: o custo de vida extremamente elevado ultrapassava, muitas vezes, os salários altos (para a média europeia) dos habitantes locais.

A pandemia do covid-19 extremou esta situação e fez os habitantes de Genebra aprovarem em referendo a imposição do salário mínimo, que já tinham recusado em ocasiões anteriores.

Isto é verdade também para os cantões que não têm salário mínimo: ao comparar uma proposta de trabalho suíça com a realidade portuguesa poderá ficar, à primeira vista, com a impressão de que vai enriquecer em pouco tempo. No entanto, isso pode ser bastante enganador: deve estudar o custo de vida do cantão para onde está a pensar mudar-se de forma a perceber o tipo de conforto e qualidade de vida que o seu salário poderá proporcionar.

Quantos portugueses vivem na Suíça?

A Suíça possui uma numerosa comunidade portuguesa. De acordo com o Observatório da Emigração, residiam na 253 mil portugueses na Suíça em 2022. A comunidade portuguesa representava assim 2,9% da população suíça e 9,3% dos estrangeiros a residir no país.³

A emigração portuguesa para a Suíça, no século XXI, atingiu o seu pico em 2013, com a mudança de mais de 20 mil portugueses para o país. Desde então que o número de emigrantes portugueses a escolher a Suíça como destino tem vindo a cair quase todos os anos, tendo recuperado recentemente: depois da entrada de 7675 portugueses em 2021 (um dos números mais baixo do século XXI), em 2022 emigraram para a Suíça 9948 portugueses.

💡 Apesar da Suíça não fazer parte da União Europeia, tem com a UE uma série de acordos bilaterais que facilitam a circulação aos cidadãos da comunidade europeia. Por norma os cidadãos da UE podem mudar-se para o país e procurar trabalho durante três meses (com o período a poder ser prolongado para os seis meses).

Fontes utilizadas neste artigo:

Fontes checadas pela última vez em 20 de dezembro de 2023.