Seus pagamentos com cartão não são de graça

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Estou de mudança em Londres. Então, decidi alugar uma casa de campo em Essex, por algumas semanas. Achei no Airbnb e paguei ao proprietário cerca de £1000.

O proprietário recebeu a maior parte e o Aribnb ficou com uma boa margem. Mas fiquei surpreso quando descobri que também paguei £2 ao meu banco, involuntariamente, pelo uso do cartão de débito. Foi uma taxa oculta — não aparece em lugar nenhum no extrato do meu cartão. Mas foi quanto o Airbnb teve de pagar ao banco que emitiu o meu cartão. É a chamada taxa de intercâmbio.

O que é uma taxa de intercâmbio?

A taxa de intercâmbio é um fenômeno curioso — um esquema que faz a magia do livre mercado parecer imperfeita e impotente. É um acordo a três entre o banco emissor (p. ex. o HSBC), o provedor do cartão (p. ex. a Visa) e a entidade comercial (p. ex. o Airbnb). Ele determina que um percentual da taxa de transação vai para o banco emissor, para cobrir custos como o de eletricidade, internet, servidores e software.

Na prática, é mesmo um acordo entre o provedor do cartão e os bancos emissores. A posição de monopólio dos provedores Visa e Mastercard deixam o comerciante sem poder de negociação. Se não pagar, perde a capacidade de vender para titulares de cartão Visa ou Mastercard. E isso é um monte de gente!

A maioria dos usuários de cartão não conhece a taxa de intercâmbio. Já para os comerciantes, ela é uma inimiga antiga. Por vezes, eles até evitam aceitar certos provedores de cartão que tem uma taxa de intercâmbio maior (como a American Express).

Reino Unido: "os titulares de cartões não estão pagando o suficiente aos seus bancos"

É o que a Visa deve ter pensado quando removeu o limite de taxa de intercâmbio de £0.5, em setembro de 2016. Anteriormente, a taxa de intercâmbio era fixada em £0.5 — mesmo com grandes quantias como o meu aluguel no Airbnb.

Em 2016, houve £520 bilhões em pagamentos com cartão de débito. Os bancos ganharam pelo menos 0.2% desse valor em taxas de intercâmbio. É uma pequena porcentagem quando você compra um café. Porém, para os bancos do Reino Unido, esse valor representa £1.04 bilhão em receita anual de taxas.

Por que as instituições reguladoras permitem isso?

Infelizmente, não há nenhum incentivo para os bancos e operadoras de cartão reduzirem as taxas. É por isso que vemos os reguladores intervindo. Sem eles, poderíamos ainda estar pagando 3%, como era comum nos anos 90. Muitas instituições reguladoras perceberam que os bancos já recebem o suficiente e começaram a mudar o sistema de taxas de intercâmbio em seus países.

Espanha

Os espanhóis limitaram a taxa de intercâmbio a €0.07 centavos. Isso mesmo, seu banco na Espanha não receberá mais que €0.07 quando você comprar um café ou uma passagem com seu cartão de débito. Temos certeza de que isso é mais do que suficiente para cobrir os custos de eletricidade, internet, servidores e software.

Holanda

Os holandeses, criadores do banco digital moderno com o ING, perceberam que €0.07 são muito mais do que suficientes para processar uma transação. Então, eles limitaram a taxa de intercâmbio a €0.02.

Estados Unidos

Os EUA tem tentado arduamente aumentar a concorrência e não tem sido fácil. Por exemplo, eles exigem que cada cartão funcione em dois sistemas. Um é geralmente Mastercard ou Visa e o outro um concorrente menor que ninguém nunca ouviu falar.

Eles também limitaram o valor que [pode ser cobrado como taxa de intercâmbio] (https://www.federalreserve.gov/paymentsystems/regii-average-interchange-fee.htm) com cartões de débito.

União Europeia

As taxas de intercâmbio costumavam ser um "faroeste" na Europa. Porém, em 2015, a UE introduziu um regulamento da taxa de intercâmbio. Isso limitou a taxa de intercâmbio de cartão de débito a 0.20% e a taxa de intercâmbio de cartão de crédito a 0.30%.

Irlanda

Os irlandeses não adotaram os limites da UE simplesmente, eles criaram limites próprios. A taxa de intercâmbio deles é de 0.1% e tem limite até €0.50.

Existe uma solução?

Ainda não. A longo prazo, tem de haver uma maneira de criar concorrência entre as operadoras de cartões e incentivar a emergência de opções de pagamento alternativas e mais seguras. Até lá, podemos apenas torcer para que os exemplos dos espanhóis e holandeses sejam seguidos e que as autoridades reguladoras controlem as taxas de intercâmbio. Você pode aderir à campanha para pedir ao governo do Reino Unido que confronte as taxas de intercâmbio excessivas.

Kristo


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