Como levar medicamentos em viagem internacional: guia completo

Hilda Badenes

Viajar para o exterior exige planejamento, e isso inclui saber exatamente como levar seus medicamentos de forma segura e conforme as regras de cada país. Muita gente só descobre na hora do embarque (ou na chegada ao destino), por exemplo, que certos remédios precisam estar acompanhados de receita médica ou até mesmo traduzidos.

Neste guia, você vai entender as principais regras de bagagem, como transportar certos medicamentos e como lidar em situações em que remédios vendidos no Brasil são proibidos no exterior. Vamos mostrar também como a Wise pode ajudar você a economizar com os gastos no exterior, evitando dor de cabeça com taxas abusivas e variações no câmbio durante a viagem.

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Como levar remédio em voo internacional

Antes de arrumar a mala, é importante entender como as autoridades tratam o transporte de medicamentos. As regras podem variar conforme o tipo de remédio. Em linhas gerais, o que se recomenda é manter tudo na embalagem original, com bula, e levar apenas a quantidade compatível com o período da viagem1.

Bagagem de mão

Na bagagem de mão, o passageiro deve observar as normas internacionais para transporte de líquidos, que permitem apenas frascos de até 100 ml, acondicionados em um único saco transparente com capacidade máxima de 1 litro1,2.

É importante lembrar, no entanto, que medicamentos de uso contínuo não estão sujeitos à regra dos 100 ml quando acompanhados de receita médica,3,4, 5.

Neste caso, líquido significa qualquer substância que não seja completamente sólida. Neste quesito, também entram aerossóis ou géis2:

  • Xaropes;
  • Colírios (soluções oftálmicas);
  • Pomadas (consistência pastosa);
  • Géis;
  • Cremes;
  • Sprays e aerossóis, incluindo bombinha de asma;
  • Soluções injetáveis (quando não refrigeradas);
  • Soluções de limpeza de lentes de contato;

No caso de remédios controlados e de uso restrito, é importante levar a receita, que deve ser original e conter obrigatoriamente6: nome completo do paciente; nome do medicamento, dosagem e posologia; duração do tratamento e data; assinatura e carimbo do médico com CRM.

Embora não seja obrigatório para todos os destinos, levar uma versão em inglês da receita pode facilitar a comunicação com os agentes de segurança e funcionários de companhias aéreas nos aeroportos, especialmente no caso de medicamentos de uso controlado.

Em situações como tratamentos para mais de 30 dias ou substâncias com alto custo, alguns países podem exigir declaração formal, autorização sanitária ou nota fiscal para provar que não há finalidade comercial. Na dúvida, verifique as regras com o consulado, a Anvisa ou diretamente com a companhia aérea5.

Bagagem despachada

Em geral, não se recomenda despachar medicamentos. Isso porque, se a mala for extraviada ou perdida, por exemplo, você pode ficar sem acesso ao tratamento durante a viagem. Por isso, o ideal é que tudo o que for essencial, de uso contínuo ou necessário durante o voo, deve ir na bagagem de mão5.

Algumas companhias aéreas, como por exemplo a Azul, exigem a assinatura de um Termo de Responsabilidade no momento do check-in para despachar medicamentos7.

Leia mais: Checklist para viagem internacional: guia completo para não esquecer nada

Como transportar insulina e medicamentos injetáveis em voo internacional?

No caso de transporte de insulina e medicamentos injetáveis, a preparação deve ser mais cuidadosa. A recomendação é que devem ir sempre na bagagem de mão, acompanhados de receita médica8.

A manutenção da temperatura costuma ser o maior desafio para medicamentos injetáveis, especialmente em voos longos. A insulina, por exemplo, se já estiver em uso, pode ser mantida em temperatura ambiente (15°C a 30°C); mas se o frasco estiver lacrado, precisa ficar sob refrigeração (2°C a 8°C)9.

Para manter a temperatura, você pode usar bolsas térmicas com gel reutilizável (capazes de manter a refrigeração por várias horas). Vale também checar se a companhia aérea oferece algum tipo de serviço ou compartimento para manter o medicamento refrigerado sob as condições de temperatura necessárias9.

Você também deve estar se perguntando sobre seringas e agulhas. Para evitar problemas na inspeção de segurança e agilizar a liberação dos itens, é fundamental ter em mãos a receita médica atualizada. Uma dica é ter uma versão traduzida em inglês (ou no idioma do destino)9. Embora cada país tenha suas normas, essa documentação traduzida reduz questionamentos, e ajuda os agentes de fronteira a entenderem a situação rapidamente.

É possível levar cilindro de oxigênio em voo internacional?

Se você precisa transportar itens considerados proibidos, como cilindros de oxigênio, é importante comunicar à empresa aérea com antecedência para conhecer os procedimentos necessários.

A Air France, por exemplo, permite o transporte de cilindros de oxigênio pessoais na cabine, sob certas condições. Mas o uso dos cilindros é proibido a bordo. A empresa também pode disponibilizar oxigênio terapêutico para o passageiro na cabine — um serviço pago que está sujeito à disponibilidade e deve ser reservado com antecedência10.

Já aparelhos respiratórios pessoais, como concentradores de oxigênio portáteis, costumam ser permitidos, mas devem ser compatíveis com os padrões aceitos internacionalmente, e normalmente exigem a apresentação de documentação médica e o preenchimento de formulários para embarque11,12.

Mais uma vez, é importante consultar sempre a empresa aérea com antecedência para se informar sobre os procedimentos necessários e as opções disponíveis.

Posso levar e usar CPAP durante voo internacional?

Passageiros que utilizam CPAP para tratar apneia do sono podem levar o equipamento na cabine. Para uso durante o voo, no entanto, é recomendado buscar autorização prévia (apesar de não ser obrigatório)13. Para liberar o uso do CPAP a bordo, algumas companhias aéreas podem solicitar a apresentação de uma carta que comprove a necessidade da terapia, descreva o modelo do equipamento e ateste o uso de itens como máscaras, cânulas e acessórios14.

Leia mais: Primeira viagem internacional: guia para planejar e economizar

Receita médica em inglês para viagem internacional: é necessário?

Em alguns casos, sim. Certos países exigem, inclusive, a tradução juramentada da receita para o idioma local ou inglês. Para evitar transtornos, confira as regras junto ao consulado do país de destino antes da viagem15.

Mas, mesmo não sendo obrigatório em todos os lugares, é recomendado levar a tradução da receita, sobretudo no caso de medicamentos de uso controlado. Isso pode ajudar na comunicação com agentes alfandegários e de segurança nos aeroportos, assim como no caso de uma eventual consulta com profissionais de saúde no exterior1, 5.

Medicamentos liberados no Brasil que são proibidos no exterior

Muitos medicamentos vendidos no Brasil são proibidos em outros países, e isso acontece porque cada agência regulatória, a “Anvisa” de cada país, avalia riscos, benefícios e efeitos adversos de maneiras diferentes17,18. Um dos casos mais conhecidos é o da dipirona, amplamente usada como analgésico e antitérmico no Brasil, mas banida em países como Estados Unidos, Japão, Austrália, Reino Unido e Suécia devido a um possível efeito colateral grave da medicação19.

Entre outros exemplos, estão a nimesulida, que é proibida em parte da Europa e em países como Canadá e Argentina; e a sibutramina, que foi retirada do mercado nos Estados Unidos, Canadá e União Europeia19.

Por isso, antes de viajar, é importante consultar sempre o consulado do país de destino para confirmar se o medicamento pode entrar no país, se há limite de quantidade ou necessidade de autorização sanitária. Assim, você evita transtornos, retenção do remédio na alfândega ou até mesmo entraves à entrada no país17,18.

'Farmacinha' para viagem internacional

Montar uma pequena "farmacinha" é uma forma prática de evitar contratempos durante a viagem. Mas é importante conversar previamente com seu médico para definir o que levar 1,20. Entre os itens que costumam constar em uma farmacinha, estão:

  • Analgésicos e antitérmicos para dores e febres;
  • Anti-histamínicos para alergias e reações;
  • Medicamentos para enjoo e problemas digestivos;
  • Curativos, antisséptico e materiais de primeiros socorros;
  • Medicamentos específicos para condições pré-existentes;
  • Termômetro digital (termômetros de mercúrio são proibidos na bagagem de mão e despachada conforme normas da Anac).

Atenção❗ O conteúdo deste artigo não deve ser tratado como um substituto para a orientação médica de um profissional de saúde.

Seguro de saúde para viagem internacional

Além de levar todos os seus medicamentos, contratar um seguro de viagem pode fazer a diferença em uma viagem internacional, sobretudo para casos de emergência. Esse tipo de seguro costuma cobrir despesas de atendimento médico emergencial, internações e assistência hospitalar, que podem ser altíssimas em outros países, caso algum imprevisto aconteça1. É importante lembrar que o seguro viagem pode ser obrigatório para entrada em alguns destinos, como em países do Espaço Schengen.

Leia mais: Top 05: melhores seguro viagem para a Europa

Certificado de vacinação internacional

Vários países pedem o famoso Certificado Internacional de Vacinação (CIVP), geralmente para vacina de febre amarela, para liberar a entrada do viajante brasileiro21. Na lista entram destinos como Bolívia, África do Sul, Aruba, Austrália, Indonésia, Maldivas e Tailândia22. .

Como cada país tem seus próprios requisitos, e eles mudam o tempo todo conforme o cenário de saúde, é importante conferir antes da viagem. E lembre-se: algumas vacinas precisam de um tempinho para fazer efeito — em geral, de 10 dias a 6 semanas, dependendo do imunizante. Por isso, checar com antecedência é fundamental.

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Entender como levar seus medicamentos, é sem dúvida uma etapa fundamental do planejamento da viagem. Quando chegar a hora de começar a pensar na parte financeira, você já sabe: pode contar com a Wise. Boa viagem!

Fontes consultadas para este artigo:

1 –Correio Brasiliense - Pode levar remédio na bagagem de mão? Saiba as regras para medicamentos no voo
2 –Comissão Europeia – Mobilidade e Transporte
3 –Aena Brasil – Guia do Passageiro
4 –Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) – O que posso transportar?
5 –Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) - Itens que não podem ser levados na bagagem de mão
6 –Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) - Lista de substâncias sujeitas a controle especial no Brasil
7 –Azul - Assistência especial
8 –Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) – Post no Facebook Oficial
9 –Drauzio Varela - Cuidados essenciais para transportar insulina em longas viagens
10 – AirFrance - Insuficiência respiratória
11 –Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) - RBAC 119
12 –Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) - ANAC publica orientações sobre uso de concentradores de oxigênio portáteis a bordo de aeronaves
13 -Resmed - Saiba como levar seu CPAP em viagens aéreas!
14 –Reclame Aqui - Impedimento de embarque com CPAP sem MEDIF e informações conflitantes sobre a exigência
15 –GRU Airport – Perguntas e Respostas
16 –Anvisa - Lista de substâncias sujeitas a controle especial no Brasil
17 –Faculdade de Medicina Afya - 13 medicamentos permitidos no Brasil e proibidos em outros países
18 -Viva Bem Uol - Dipirona, nimesulida e mais: por que eles são proibidos em certos países?
20 –Jornal da USP - Especialista dá dicas de como proceder com medicamentos em viagens internacionais
21 –Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) - Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP)
22 –Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) - Lista simplificada de países que exigem o CIVP - febre amarela


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